domingo, 18 de abril de 2010


Ao chegarem às costas brasileiras, os navegadores pensaram que haviam atingido o paraíso terreal: uma região de eterna primavera, onde se vivia comumente por mais de cem anos em perpétua inocência. Deste paraíso assim descoberto, os portugueses eram o novo Adão. A cada lugar conferiam um nome – atividade propriamente adâmica – e a sucessão de nomes era também a crônica de uma gênese que se confundia com a mesma viagem.

O fascinante campo da questão indígena vem há muito sendo amplamente discutido sob a ótica antropológica, histórica e geográfica, através de estudos que questionam o modo de vida, a lingüística, a cultura e a produção indígena e de suas variantes após o contato com o "homem branco".

A sociedade sempre procurou voltar os olhos para aqueles considerados como "minoritários"; por essa razão, negros, índios, pobres, integram um ciclo dos excluídos da história (1).

A história dos índios no país vem sendo contada apenas sob o ponto de vista da era colonial e exploratória das grandes navegações. Sempre vem-nos à mente a figura do índio inocente, andando nu por entre as matas, livre dos pecados, até conhecer o homem branco.

Será o fim dos índios?

Apesar do "Dia do Índio", que é comemorado no dia 19 de Abril, não tem nada para se comemorar. Algumas tribos indígenas foram quase executadas por inteiro na década de 70 em diante, enquanto estavam fora de seu habitat, quase chegaram a extinção, foram ameaçados por epidemias, diarréia e estradas. Mas hoje, o que parecia impossível está acontecendo: o número de índios no Brasil e na Amazônia está aumentando cada vez mais. A taxa de crescimento da população indígena é de 3,5% ao ano, superando a média nacional, que é de 1,3%. Em melhores condições de vida, alguns índios recuperaram a sua auto-estima, reintroduziram os antigos rituais e aprenderam novas técnicas, como pescar com anzol. Muitos já voltaram para a mata fechada, com uma grande quantidade de crianças indígenas.

"O fenômeno é semelhante ao baby boom do pós-guerra, em que as populações, depois da matança geral, tendem a recuperar as perdas reproduzindo-se mais rapidamente", diz a antropóloga Marta Azevedo, responsável por uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos em População da Universidade de Campinas.

Com terras garantidas e população crescente, pode parecer que a situação dos índios se encontra agora sob controle. Mas não! O maior desafio da atualidade é manter viva sua riqueza cultural.

Belle Époque, segunda consta no verbete da Enciclopeida Wikipédia foi um período na história da França que começou no fim do século XIX e durou até a Primeira Guerra Mundial. Tem sido considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre a França e seus vizinhos europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque".

Manaus foi uma das primeiras cidades do Brasil a vivenciar o espírito da belle époque – passando a usufruir os benefícios que a sua próspera situação financeira permitia. Toda riqueza da região era proveniente de uma só fonte — a exploração do trabalho nos seringais. O lucro proveniente da comercialização da borracha sustentou um castelo de areia, gerando uma nova condição econômica que rapidamente repercutia em todos os segmentos da sociedade amazonense.

Márcio Souza é romancista, dramaturgo e ensaísta, nasceu em Manaus, no dia 4 de março de 1946. Um dos mais destacados ficcionistas brasileiros, sua obra está traduzida em vários idiomas. Aos 14 anos, começa sua iniciação de escritor, no jornalismo, escrevendo crítica de cinema para o jornal O Trabalhista, de Manaus. Em 1966 começa a estudar Ciências Sociais, na Universidade de São Paulo. Na capital paulista, trabalhou como roteirista de cinema, assistente de direção e produtor de comerciais de televisão. Em 1973, retornou a Manaus, participando ativamente da movimentação cultural que se criou em torno do Teatro Experimental do Sesc – TESC. Nessa fase, escreveu a maioria de suas peças de teatro, trabalho que foi interrompido em 1982 e retomado em 2003.

Sua estreia como ficcionista aconteceu em 1976, com a publicação do romance Galvez, imperador do Acre. Firmou sua reputação como ficcionista, com a publicação de vários outros romances: Mad Maria; A resistível ascensão do Boto Tucuxi; O fim do terceiro mundo, entre outros. A partir de 1996, inicia a publicação de sua tetralogia, intitulada “Crônicas do Gão-Pará e Rio Negro”, da qual já publicou: Lealdade,Desordem e Revolta. No teatro, merecem destaque as peças: A paixão de Ajuricaba, A maravilhosa estória do sapo Tarô-Bequê e Dessana, Dessana. Como ensaísta, escreveu alguns textos reveladores sobre a realidade amazônica: A expressão amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo e O empate contra Chico Mendes. Seu livro de contos, Caligrafia de Deus, mereceu boa acolhida dos leitores.



http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5296

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